O Design de Luís Jardim: Ilustrações e Artes Gráficas para a Imprensa Periódica Pernambucana do começo do Século XX é o título da dissertação de mestrado do designer e pesquisador Bruno Verissimo. Realizada entre 2018 e 2020 no no Programa de Pós-Graduação em Design da Universidade Federal de Pernambuco, o projeto teve como objetivo criar um panorama das obras do artista Luís Jardim, com foco em seus primeiros trabalhos para a indústria gráfica pernambucana nas décadas de 1920 e 1930, situando-o dentro dos estudos de Memória Gráfica. Para isso, foi realizado visitas aos acervos recifenses e análise do material coletado, entendendo a produção do artista gráfico como o designer da época.
Luís Inácio de Miranda Jardim nasceu em Garanhuns, interior de Pernambuco, em 1901. Foi autodidata, tendo nunca frequentado escola de arte ou pintura. No Recife, Jardim se mostrou um cultor do bico de pena e das artes gráficas, possuindo uma técnica e experiência incríveis para sua pouca formação.
Seu talento lhe renderam parcerias com Manoel Bandeira (o artista gráfico) e Gilberto Freyre, com quem colaborou no Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, publicado em 1934. Além de ter atuado intimamente nas oficinas de produção das principais publicações periódicas da época: Revista do Norte, A Província, Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio.
A sua ocupação mais tarde como escritor de diversas obras o fizeram popular no meio da literatura, quando se muda para o Rio de Janeiro vence o Prêmio Humberto de Campos e conquista o primeiro lugar no Concurso de Literatura Infantil do Ministério da Educação e Cultura em 1937. Já o seu trabalho como capista e ilustrador de livros na Editora José Olympio o colocaram no patamar de artistas como Santa Rosa e Cícero Dias, ocupando mais tarde cargo de importância nos bastidores das publicações da editora.
Trabalhou no Instituto do Açúcar e do Álcool, ajudou a fundar o Museu do Açúcar no Recife e a revista Brasil Açucareiro, onde participou ativamente nas ilustrações do miolo e capa do impresso. Auxiliou Mário de Andrade na elaboração do anteprojeto de lei que deu origem ao Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (hoje IPHAN).
Faleceu em 1987 aos 87 anos no Rio de Janeiro, deixando um legado nas artes, na literatura e agora resgatado do ponto de vista do design gráfico.
Este site em formato de galeria é o resultado da pesquisa de mestrado, mas também uma forma de difundir o trabalho de Luís Jardim para mais pessoas, já que acreditamos que o resgate da cultura material reinserido no presente e reconhecido por seus indivíduos, a quem ela pertence, pode contribuir na compreensão de suas identidades, as quais estão em constante processo de transformação.Leia a dissertação
Por Bruno Verissimo, com orientação de Silvio Barreto Campello Dúvidas ou mais informações: brunopverissimo@gmail.com